Igual a um cão fuçando na
lata de lixo atrás de uma migalha de sobrevida, eu me peguei revirando a minha
mente em busca de algum lugar no passado onde eu ainda podia rir de minhas
piadas, onde a vida não havia ainda dado lugar a morte, quando o motivo do riso
ainda era a própria vida.
O cão, agora,
recolhe-se a um canto, sozinho, onde lambe as próprias feridas. Foi pior. Ele
já rogou por um tiro de misericórdia. Não foi difícil, não estava muito longe a
imagem, pois mesmo antes de mais uma lágrima procurar o contorno do seu rosto
ele podia ver e ouvir sua mãe ainda dizer que um menino não chora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário